quinta-feira, 14 de março de 2013
O ser eclético
Claro que sempre tem aquel@ alun@ que quer questionar tudo e pergunta: "O sr. gosta de tudo? Gosta de pagode? Gosta de sertanejo?" - el@ sabia que não. "Então não pode ser eclético!"
Dar aulas de Filosofia no Ensino Médio, sobretudo na rede pública, é dialogar diariamente com o senso comum ou com as definições mais rebaixadas de algum termo ou conceito. Existe uma definição - já apropriada por todos - que ser eclético é gostar de tudo, entretanto existe também a definição que é a de "gostar de coisas diferentes; experimentar de tudo".
Se formos mais a fundo - geralmente o intuito da Filosofia -, o eclético na Filosofia é você ter liberdade de escolha sobre aquilo que julga melhor, principalmente na política e nas artes. Portanto, junto as definições lexical e filosófica, isto é, experimento de tudo (nas artes, pois politicamente não sou eclético) e depois escolho aquilo que julgo melhor.
Mas por que escrevo sobre "o ser eclético"?
Ontem, percebi que conheço duas músicas totalmente distintas de estilo com o mesmo nome: On the other side.
Uma é do The Strokes e a outra do The Gladiators. Sendo a primeira um rock britânico e a segunda um reggae.
Além dos estilos diferentes, as músicas têm temáticas diferentes falando da mesma coisa. O reggae como sabemos não é uma música daquela galera que usa dreadlocks e só fala sobre a descriminalização ou naturalização do uso da cannabis sativa; é uma música que fala sobre igualdade social, utiliza termos bíblicos e fala sobre o amor. Já o rock também fala sobre os mesmos temas - de maneira diferente.
Nessas duas músicas particularmente, Casablancas e Fearon querem dizer a mesma coisa! Entretanto enquanto Fearon quer ir para o outro lado da montanha (utiliza uma metáfora bíblica), Casablancas quer ir para o outro lado da consciência.
Fearon diz que para ir para o outro lado você precisa estar com a mão e o coração limpos e Casablancas diz que está cansado de ser "julgador" ou "crítico" de tudo que vê e que sua mente é tão cega quanto uma árvore, isto é, quer esvaziar a mente.
Sendo eclético, percebi que precisamos, então, estar não só com o coração, mas também com a mente limpa para atingir o "outro lado".
Agora esse outro lado você que deve escolher, se será o melhor ou pior lado, pois tanto da montanha como da vida há tanto o lado espinhoso e inóspito quanto o vale e o campo verdejante.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
O poeta é um fingidor?
Claro que o parágrafo acima tem a ver com a postagem, pois aprendemos, ao ler um texto, que nada é gratuito.
Pois bem, muitos gostam de citar gratuitamente autores tirando um pequeno excerto de suas obras e muita vez fazendo injustiça a ele.
Como no caso de Fernando Pessoa que citam somente "O poeta é um fingidor / finge tão completamente / que chega a fingir que é dor", mas "esquecem" (coloco entre aspas porque alguns fazem propositadamente) a última estrofe do verso que é "a dor que deveras sente".
Muitos denigrem o trabalho do poeta que é o de trabalhar com as palavras, trabalhar com a linguagem. Outro dia falei "vou escrever sobre tal coisa" eis que recebo a resposta: QUANDO VOCÊ VAI SE INTERESSAR POR COISAS IMPORTANTES? (em capslock porque foi uma repreensão). Ora, se trabalhar não é importante, o que seria então? Claro que cada um tem o seu trabalho, todos dignos, mas dizer que poesia não é trabalho é no mínimo preconceito. O que seria de nós sem as belas letras? Da mesma maneira que o que seria de nós sem qualquer outra profissão. Nunca direi a um desses que o trabalho deles não é importante.
Muitos ainda citam o o pequeno excerto acima dizendo que o que o poeta sente não é dor. Mas afirmo: É DOR! E dor daquelas que não consegue se expor a ninguém, nem mesmo a pessoa que mais ama. Não consegue falar sobre essa dor, pois muita vez se o faz, fica pior do que estava. ele não consegue se resolver, então escreve. O melhor dos intérpretes são aqueles que expõem a dor que está na letra. Não a dor que o poeta sentiu, mas a sua própria.
Portanto, nesses dias em que percebi a mudança e que talvez não estava colaborando com ela, escrevi o seguinte poema:
Já falei do choro
Do choro do homem
Do choro calado
Do choro sofrido
Do choro que vem
Do choro cantado
Do choro gemido
Como falei ontem
Hoje falo de novo
Amanhã falarei mais
Do choro do homem
Do choro do povo
Que não olha pra trás
Olhar o passado
Resignificar a vida
Perceber que não se é nada
NADA!
NADA!
NADA!
CONS
CONCERTE-SE!
jan/2013
Não acho interessante ficar explicando o que eu quis dizer, mas é importante salientar que já tinha escrito (várias vezes) sobre o ato de chorar e por isso o poema chama-se "Já falei do choro" e o final você escolhe se quer se "consertar", ou se "concertar" ou as duas coisas!
terça-feira, 24 de maio de 2011
Here goes the Sun
Pegando o exemplo dos meus colegas jornalistas, peguei um título que tem a ver com o que eu vou escrever fazendo menção a algo, porém, como não gosto dos besouros - segundo o Zé Yoshitake, os backstreet boys de Liverpool (risos) - coloco o sentido contrário do título da música, mas não tinha o porquê de eu colocar o título da música, pois lá se vai o Sol...
Numa sexta-feira, no finalzinho de uma aula espetacular com o Prof. Francisco De Ambrosis P. Machado sobre o surrealismo e Walter Benjamin, olho para o pôr do Sol e vejo a imagem acima. Na mesma hora escrevi:
Here Goes the Sun
Numa sociedade espetacular em que tudo torna-se espetáculo, focando no efeito e não na causa, vai o Sol. Um espetáulo não mais apreciado...
Ele que ilumina até os que não merecem, sai de cena. Sai de fininho, escondendo-se no horizonte, muita vez nas montanhas, quase sempre atrás d'um prédio.
Se antigamente os moradores de um vale eram desfortunados, por terem uma visão limitada, o que diríamos hoje dos desaventurados moradores das grandes cidades?
Ao ver o pôr do Sol da cidade, sobretudo quando podemos avistá-lo deitar sobre o monte, vemos como um refúgio, uma escapadela. É possível vislumbrar uma saída.
A poluição que nos enxaqueca, deixa o espetáculo ainda mais bonito. Que paradoxo!
Vai Sol, vai você que só é vispivel nesse momento quase sempre invisível, dá lugar àquela que ao céu límpidosempre é vista, esceto em sua novidade.
Arlley Parreira
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Uma poesia ao grande amigo e irmão
Antropofágico
Para viver num mundo trágico
Muita vez se faz de mágico
Tenta ser chato, mas é cômico
A injustiça lhe causa vômito
É artista-ator-malabarista-fotógrafo
Socialista-cineasta-equilibrista-filósofo
Não gosta de seguir o léxico
Talvez um dia vá ao México
Olhar o mundo por outra ótica
Talvez com uma visão caleidoscópica
Talvez a olhar pássaros
Ou a fotografar cágados.
Esse é um singelo presente ao meu amigo e irmão Danilo Santos que como eu, é um pimenteiro convicto!
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Poesia
Com a ajuda do meu irmão Alex Parreira, consegui chegar cedo. Só foi uma pena não ter conseguido visitar Dom Ávila. Faz muito tempo que não o vejo e todas as vezes que nos vemos e mote de muita emoção para mim. Como um pupilo medieval, fito minha atenção nele sem desviar um segundo sequer.
Pois bem, no metrô tentei pegar meu texto de Filosofia Antiga e ler. Não consegui. Dois pares de conversadores chamaram-me a atenção.
Uma vez numa palestra, um professor disse que se quisermos falar sobre pessoas, devemos observá-las. Discordo. Penso que devemos vivê-las. Devemos mais que observar estar onde elas estão e ali, pela experiência tentar descrever nossa emoção. Não sou bom nisso, estou aprendendo. Aliás, tentei fazer isso no post anterior, mas não consegui. Contudo como diz o Alex Villas Boas, só escrevendo conseguimos progredir.
A personagem de Poesia faz um pouco desses dois. Em uma sala cheia de alunos, ela é a única a expressar que “é difícil escrever um poema” e faz todo o trajeto de outra personagem, vivendo onde ela viveu, fazendo tudo o que ela fez, passando por onde ela passou e nessas passagens faz suas anotações, escreve.
Assim como a personagem no filme, eu, num pequeno trajeto de metrô, percebi o quão feio é o mundo.
Um dos pares do metrô tentava convencer um “amigo” a entrar num negócio com ele. Em seu discurso de frases feitas, dignas de vendedores PAP de última linha, lá pelas tantas ele solta: “Meu, se ali fora tivesse um Camaro (que eu nem sabia que carro era) por novecentos contos, você não ia conseguir a grana amanhã?”. Na hora percebi que esse “negócio” tratava-se desses “negócios piramidais”, esses engana-trouxas que faz muito amigo tornar-se ex-amigo.
Já do outro lado, um casal conversando com todo lirismo era antagônico às violências que o “amigo” dizia para o outro. Sim, porque ficar jogando palavras decoradas e citar nomes que nem se sabe quem é, é violência.
Assim é o mundo. Enquanto de um lado tem o vampiro sugando, temos que procurar algo para desopilar o estresse. Cada um achará o seu claro.
A personagem buscou esse refúgio na poesia.
Como diz o poeta no filme: “Não é difícil escrever um poema, difícil é encontrá-lo no nosso coração" e, muita vez, por mais que não queríamos mexer nesse “lugar” ela aflora, brota, nasce, enquanto outras vezes é “pisoteada e amassada para viver outra vida”.
Independente da maneira que ela nasça, parafraseando o poeta, num mundo onde a poesia está quase morta, é imprescindível que ainda haja amantes da poesia.
Chang-dong Lee mostra-nos através de imagens belíssimas que a vida pode ser feia, enquanto a nós resta-nos em nossas metrópoles feias tentar ver que a vida pode ser bonita.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Entre a Coroa e o Vampiro
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
A day with Don Francis (O valor de um obrigado)
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Poesia desprentendida
tô na área
não na areia
mais próximo da lama
por estar longe da cama
contudo poderia estar em cana
então logo penso:
ah desencana
longe comum senso
queimo as pestanas
da arte a metafísica
de clássicos à renascentistas
empíricos ou modernistas
filosóficos ou filosofistas
.
.
Por isso continuo a acreditar que a poesia nasce de qualquer prosa, a qualquer momento em qualquer lugar... Diferente do texto acadêmico que possui e preza pela construção da palavra.
Não que a poesia não preze por essa construção, mas a poesia como diria Benjamin ao falar de Baudelaire é um tecido, já - na minha opinião - o texto acadêmico é tijolo e cimento. Precisa ser bem forte para que outros não o derrubem...
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
As flores de plásticos estão mortas
quinta-feira, 22 de julho de 2010
O Ponto cego e "No limite estrelado pelos Trapalhões"
Muita vez ao olhar no retrovisor não enxergamos quem vem por este estar no "ponto cego" do retrovisor. Isso se não tomarmos o devido cuidado pode causar um grande acidente. O problema não é esse. O problema é quando temos esse "ponto cego" ao olhar para frente... Talvez tenhamos que abrir sempre nossa mente e não deixar de olhar todas as oportunidades.
E então...