segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Poesia desprentendida

Numa conversa com o Dr. Bruno Motta, Tenente Médico do Exército, tive um rápido lampejo e escrevi o a seguinte poesia meio concreta, meio em prosa, meio nada, meio tudo...

tô na área

não na areia

mais próximo da lama

por estar longe da cama

contudo poderia estar em cana

então logo penso:

ah desencana

longe comum senso

queimo as pestanas

da arte a metafísica

de clássicos à renascentistas

empíricos ou modernistas

filosóficos ou filosofistas

.

.

Por isso continuo a acreditar que a poesia nasce de qualquer prosa, a qualquer momento em qualquer lugar... Diferente do texto acadêmico que possui e preza pela construção da palavra.

Não que a poesia não preze por essa construção, mas a poesia como diria Benjamin ao falar de Baudelaire é um tecido, já - na minha opinião - o texto acadêmico é tijolo e cimento. Precisa ser bem forte para que outros não o derrubem...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

As flores de plásticos estão mortas

"A imobilidade das coisas que nos cercam talvez lhes seja imposta por nossa certeza de que essas coisas são elas mesmas e não outras, pela imobilidade de nosso pensamento perante elas." Diferentemente do que diz a banda paulistana, creio que as flores de plástico estão mortas. Tudo o que forma a flor de plástico, bem como quase todo artefato artificial, um dia foi vivo. O que outrora vivia, jaz em ornamentos, artesanatos, roupas, jóias etc... Então, tudo estaria morto na era da reprodutibilidade-pós-fordismo? A resposta a essa pergunta talvez demandaria muito mais reflexão, tempo e espaço do que caberia aqui. De bate-e-pronto posso dizer que isso dependerá de quem a utiliza e manuseia. Isso significa que podemos substituir todas nossas plantas por flores de plástico e todas nossas vestes por folhas de bananeira? NÃO! Isso seria uma inversão de valores totalmente descabida e faria com que o desequilíbrio ambiental aumentasse. Sem falar que não existe algo mais lindo que a flor natural e uma indumentária bem utilizada. A flor... Olhá-la, contemplá-la e fazer junto com ela - mas com a devida proporção ou, em escala maior - o ciclo da vida. Assim como Proust, vejo tudo rodando e se movimentando ao meu redor.