sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Nossa vida é um eterno nadar contra a corrente...

Nossa vida é um eterno nadar contra a corrente... Neurologistas afirmam que o mais importante dos órgãos prefere a estagnação, por isso, quando queremos colocá-lo para funcionar ele responde negativamente. Quando queremos ler um livro (sobretudo para estudo), temos sono; quando queremos sair do sedentarismo e exercitar o corpo, este responde como se o tivéssemos agredindo, como se fôssemos loucos ao começar quaisquer atividades; o pior ocorre quando queremos parar um pouco para uma oração, aí a preguiça impera. Dráuzio Varela disse que querer ativar o cérebro é lutar contra si mesmo, que é praticamente loucura. Quer dizer que viveremos a vida inteira nessa insana luta contra o próprio ser? Machado disse que na luta entre a razão e a sandice, apesar da eterna insistência da sandice em querer “ficar mais um pouquinho”, a razão sempre vence. José Saramago diz que não é bom o homem conviver com seu senso comum, é perigoso. Então, como nos direcionar a respeito desse eterno combate interno do bem contra o mal, neste paradoxo constante? Certa vez conversava com meu padrinho e ele me dizia que nossa vida é uma escada rolante sempre andando para baixo e, se ficamos parados, ela tende a nos levar cada vez mais para o buraco. Só para variar, a princípio discordei, mas depois... concordei. Concordei por perceber que o mundo está em movimento e se pararmos ele nos atropela. Dois mil e oito foi assim. Quase me atropelou e me esmagou como o trator faz com o piche. Quis parar, desistir de tudo. Ia desistir do trabalho, de fazer mestrado, da vida. Pensei até em me tornar um eremita e ir para o deserto... O que me ajudou muito foi a direção espiritual, minha família (sempre presente) e meus amigos (a família que Deus me permitiu escolher). Felizmente, para nós Cristãos, existe outro fator: a Fé. Logo na introdução da Encíclica Fides et Ratio, o Papa João Paulo II disse que “fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, (...) possa chegar também à verdade plena sobre si próprio Portanto, apesar de “cabeças-duras” temos “corações-moles” e, se confiarmos em Deus em todos os momentos, principalmente nos mais difíceis, pois se não fosse o encontro diário com Nosso Senhor, teria feito tudo aquilo que citei anteriormente. Mas Deus é Deus... Não é que colocou tudo no lugar? Deu-me uma família maravilhosa, os amigos certos no lugar certo, até arrumou uma especialista em coração para cuidar do meu, ainda por cima enfermeira... Graças a Deus não tenho só a razão e a sandice para pelejarem um espaço na minha vida ou senso comum para recusar-me a convivência. Tenho a Fé, que aliada a tudo isso me dá uma vida em plenitude. Arlley Parreira 02/2009

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